terça-feira, 11 de março de 2014

PRAÇA PORTUGAL. Dúvidas no comércio

O superintendente do Shopping Aldeota diz que as mudanças devem melhorar o tráfego na região, mas faz questionamentos sobre o projeto. Comércio de rua também aponta incertezas

Andreh Jonathas (andreh@opovo.com.br)
Andressa Bittencourt (andressabitten@opovo.com.br)


Jacó Beserra tem dúvidas sobre o projeto, mas diz: "se for preciso tirar a minha
banca para a Cidade crescer e melhorar, que tire". Foto: Edimar Soares
Um dos mais afetados pelas mudanças propostas para a Praça Portugal, o Shopping Aldeota mostra otimismo com o projeto. Entretanto, aponta questões ainda não esclarecidas pela Prefeitura de Fortaleza. As incertezas também existem no comércio de rua da região.

Oscar Cesarino, superintendente do Aldeota, afirma que o projeto ajudará o tráfego na região. “Trará como benefícios a melhoria do trânsito em geral, bem como uma melhor acessibilidade dos pedestres às praças, antes dificultoso, levando em consideração a opinião positiva dos moradores e usuários da região”.

O acesso ao shopping, no entanto, é um ponto de dúvida. “Como o turista que está na Beira Mar, por exemplo, poderá chegar ao shopping? Quais vias o cliente poderá pegar, tendo em vista também a transformação da Dom Luís em sentido único, fato que diminuirá a visibilidade do shopping, o que não acontece no modelo atual?”.

O estacionamento do shopping leva o cliente à avenida Desembargador Moreira que, com o projeto, receberá semáforo. Essa é outra questão apontada por Cesarino. “Pode gerar maiores congestionamentos”.

Cesarino ressalta que tomou conhecimento do projeto na última sexta-feira, 7, na apresentação feita pela Prefeitura. “Ainda seria prematuro da nossa parte afirmar sobre o impacto no faturamento”, diz. Ele enfatiza que o Shopping Aldeota não contribuiu, de nenhuma forma com o projeto. “Esperamos que esta implantação seja positiva para todos: moradores, comércio, pedestres, transporte público e privado, melhorando, assim, a situação do bairro Aldeota”.


Lojas desconhecem

No comércio de rua, proprietários e funcionários dizem ter sido pegos de surpresa pelo projeto. De acordo com Kátia de Souza, funcionária da Revistaria Leve&Leia, eles ficaram sabendo das mudanças por meio dos jornais. “A Prefeitura não comunicou as mudanças. Havia somente boatos, nenhuma informação oficial”. Ela afirma não saber o que acontecerá com o movimento da banca durante o período de obras.

O proprietário da Banca Shopping, Jacó Wilames Beserra, diz não saber ponderar, ainda, as consequências da mudança. Há sete anos no local, ele diz não ser contrário ou favorável à situação, mas destaca a necessidade de benfeitorias para Fortaleza. “O espaço não é meu (é uma concessão). Se for preciso tirar a minha banca para a Cidade crescer e melhorar, que tire”.

Patrícia Mendes, funcionária da loja Produção, diz que o projeto pode melhorar o trânsito, mas tem receio do período de obras. “Elas, provavelmente, vão atrapalhar o movimento, mas já pensamos em nos mudar para outro lugar, futuramente”.

A falta de conhecimento inibe as opiniões. As lojas Candela, Sirigüela e Desconexo Design preferiram não se pronunciar sobre o assunto. “Estamos neutros. Ficamos sabendo das mudanças assim como todo mundo, pelas notícias. Até que tenhamos mais detalhes sobre as obras, não poderemos divulgar nossa posição”, afirmou uma funcionária que não quis se identificar.


Prefeitura
A Prefeitura de Fortaleza, por meio da sua assessoria de imprensa, informa que não haverá nenhum tipo de desapropriação no local. Também afirma que nenhuma das lojas ou bancas será afetada pelas obras.


Saiba mais

A Prefeitura divulgou, na última sexta-feira (7), o início das obras do binário Dom Luís/Santos Dumont, que dividirá a Praça Portugal em quatro menores, as Praças de Portugal.

A mudança faz parte do Plano de Ações Imediatas em Transporte e Trânsito de Fortaleza (Paitt) e tem previsão para ser concluída até 31 de maio. As outras quatro primeiras iniciativas do Plano devem ser feitas até o fim do semestre.


Link: http://www.opovo.com.br/app/opovo/economia/2014/03/11/noticiasjornaleconomia,3218300/duvidas-no-comercio.shtml

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