Andressa Bittencourt (andressabitten@opovo.com.br)
Jéssica Campelo (e) e Rebeca Nogueira são sócias da marca de roupas femininas Casulo. Foto: Sara Maia |
Inovação e ousadia são alguns dos requisitos para quem busca expandir os negócios. Marcas de segmentos específicos devem adotar estratégias de mercado diferenciadas caso queiram conquistar maior público. Quebrando estereótipos, empresas evangélicas têm tomado medidas para captar clientes dentro e fora da religião.
Em 1998, foi criado o Grupo Gospel, controlador das Óticas Gospel, Óticas do Trabalhador do Brasil e da linha de armações Tucson. Atuando em Fortaleza e na Região Metropolitana, o negócio de Leila Caldas conta com 35 lojas, com planos de expansão para 50 até 2017.
“Deus em primeiro lugar” é o slogan da Gospel, mas ser evangélico não é requisito para trabalhar nas óticas ou ser cliente delas. Assumidamente ligadas à religião, as empresas, segundo Leila, não encontram resistência de consumo dos produtos por parte do público.
“Atendemos principalmente os segmentos C e D. Na hora da procura, o que vai contar é o preço e a qualidade do produto, independentemente de religião”, afirma Lívia Marcielly, diretora-executiva do grupo.
Apesar disso, Leila e Lívia explicam que a criação das Óticas do Trabalhador do Brasil foi uma tática para atrair todos os tipos de consumidores. Elas garantem, no entanto, que a qualidade do serviço em relação à Gospel é exatamente igual. “Inclusive, não existe diferença de faturamento entre as duas marcas”, diz Leila.
Sem mencionar valores, o investimento anual, segundo elas, reflete na expansão do negócio. Em dois anos, a empresa cresceu 50%. Antes, com 14 lojas, o grupo contava com 80 funcionários. Hoje, são 230.
Primeiros passos
A articuladora da unidade de atendimento do Sebrae, Alice Mesquita, explica que empresas segmentadas que não excluem outros compradores geralmente têm maior poder de venda, melhor faturamento e tendem a crescer mais.
“Quando a empresa quer trabalhar com um público-alvo, isso facilita (no direcionamento do negócio), mas não deve restringir outros públicos, pois se o produto ou serviço não forem bem aceitos pelo segmento, isso impede que outros participem das compras e, consequentemente, o faturamento cai”.
Segundo ela, fazer a divulgação do produto, relacionando-o diretamente com a religião (inserindo mensagens bíblicas nas propagandas, por exemplo), não impede que outras pessoas se identifiquem com a marca, desde que isso seja feito de forma “sutil”. “Quem gosta da palavra de Deus vai se identificar, mas isso não significa que a pessoa vai se converter à religião. Ela pode apenas gostar do conceito da mensagem”.
Essa é a proposta da marca de roupas femininas Casulo. Nas redes sociais, as sócias Jéssica Campelo, Rebeca Nogueira e Geanne Queiroz divulgam as peças com trechos e frases glorificando a Deus. O amor, o respeito e a “alma colorida”, segundo Jéssica, fazem parte do conceito da marca.
“Viver com Cristo é viver essa liberdade. As pessoas têm o estereótipo de que o crente é ‘chato’ e que ele ‘não pode’ (fazer nada). Mas a gente pode amar, respeitar, servir, e essa é a mensagem que a gente quer passar pela roupa: o amor, a natureza, a importância dos pequenos gestos”, afirma.
Jéssica conta que a Casulo foi criada em razão de ela e as sócias não encontrarem roupas ao mesmo tempo estilosas, baratas e compatíveis com suas crenças. Resolveram, então, investir cerca de 8 mil reais para criar a empresa. Com inspiração nas marcas Farm e Cajuína, as blusas, saias e vestidos da Casulo variam entre R$ 30 e R$ 87.
Afirmando que a marca não se resume ao público evangélico, Jéssica revela que o retorno está vindo rápido. Agora, junto com as sócias, ela está saindo de uma loja temporária e montando uma definitiva.
CASA DA BÍBLIA
Livraria aposta no peso da tradição
Criada em 1978, a Casa da Bíblia é referência para o público religioso. Mesmo tendo como clientes principais os evangélicos, o proprietário da empresa, José Maria Nogueira, garante que não há exclusão de outros consumidores. “Precisamos divulgar a palavra de Deus para todos os públicos, independentemente de crenças ou religiões”, diz.
Trabalhando com preços competitivos no mercado, a Casa da Bíblia oferta o livro sagrado a partir de R$ 4. Embora seja uma marca tradicional, no entanto, a empresa adota estratégias para expandir o negócio. Entre elas está o serviço online, que chega a Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba, além das dez lojas físicas localizadas em Fortaleza e na Região Metropolitana.
A articuladora do Sebrae Alice Mesquita destaca a vantagem para as companhias de as pessoas conviverem com a religião com mais naturalidade. “Até um tempo atrás, o público evangélico era ‘escondido’. Hoje, eles gostam de se mostrar e se denominar assim. Por causa disso, na hora que ele percebe haver uma empresa que o priorize, ele vai procurar essa empresa”.
Mesmo ressaltando a importância de a companhia evitar se fechar às novidades e à possibilidade de se adaptar ao mercado, Alice diz ser necessário haver um “apelo” da marca. “A empresa deve escolher e seguir um modelo de negócio para que o público se identifique com ela. Assim, a marca se torna referência, e é isso o que o publico procura”.
Serviço
Casa da Bíblia
Rua Senador Pompeu, 834, lj. 11 - Centro
www.casadabiblia.com.br
(85) 3455.7000
Casulo
Rua Júlio da Silveira, 134 - Montese
www.facebook.com/usecasulo
(85) 8870.6283
Ótica Gospel
Rua Senador Pompeu, 834, lj. 23/24 - Centro
www.oticagospel.com.br
(85) 3433.3470
Em 1998, foi criado o Grupo Gospel, controlador das Óticas Gospel, Óticas do Trabalhador do Brasil e da linha de armações Tucson. Atuando em Fortaleza e na Região Metropolitana, o negócio de Leila Caldas conta com 35 lojas, com planos de expansão para 50 até 2017.
“Deus em primeiro lugar” é o slogan da Gospel, mas ser evangélico não é requisito para trabalhar nas óticas ou ser cliente delas. Assumidamente ligadas à religião, as empresas, segundo Leila, não encontram resistência de consumo dos produtos por parte do público.
“Atendemos principalmente os segmentos C e D. Na hora da procura, o que vai contar é o preço e a qualidade do produto, independentemente de religião”, afirma Lívia Marcielly, diretora-executiva do grupo.
Apesar disso, Leila e Lívia explicam que a criação das Óticas do Trabalhador do Brasil foi uma tática para atrair todos os tipos de consumidores. Elas garantem, no entanto, que a qualidade do serviço em relação à Gospel é exatamente igual. “Inclusive, não existe diferença de faturamento entre as duas marcas”, diz Leila.
Sem mencionar valores, o investimento anual, segundo elas, reflete na expansão do negócio. Em dois anos, a empresa cresceu 50%. Antes, com 14 lojas, o grupo contava com 80 funcionários. Hoje, são 230.
Primeiros passos
A articuladora da unidade de atendimento do Sebrae, Alice Mesquita, explica que empresas segmentadas que não excluem outros compradores geralmente têm maior poder de venda, melhor faturamento e tendem a crescer mais.
“Quando a empresa quer trabalhar com um público-alvo, isso facilita (no direcionamento do negócio), mas não deve restringir outros públicos, pois se o produto ou serviço não forem bem aceitos pelo segmento, isso impede que outros participem das compras e, consequentemente, o faturamento cai”.
Segundo ela, fazer a divulgação do produto, relacionando-o diretamente com a religião (inserindo mensagens bíblicas nas propagandas, por exemplo), não impede que outras pessoas se identifiquem com a marca, desde que isso seja feito de forma “sutil”. “Quem gosta da palavra de Deus vai se identificar, mas isso não significa que a pessoa vai se converter à religião. Ela pode apenas gostar do conceito da mensagem”.
Essa é a proposta da marca de roupas femininas Casulo. Nas redes sociais, as sócias Jéssica Campelo, Rebeca Nogueira e Geanne Queiroz divulgam as peças com trechos e frases glorificando a Deus. O amor, o respeito e a “alma colorida”, segundo Jéssica, fazem parte do conceito da marca.
“Viver com Cristo é viver essa liberdade. As pessoas têm o estereótipo de que o crente é ‘chato’ e que ele ‘não pode’ (fazer nada). Mas a gente pode amar, respeitar, servir, e essa é a mensagem que a gente quer passar pela roupa: o amor, a natureza, a importância dos pequenos gestos”, afirma.
Jéssica conta que a Casulo foi criada em razão de ela e as sócias não encontrarem roupas ao mesmo tempo estilosas, baratas e compatíveis com suas crenças. Resolveram, então, investir cerca de 8 mil reais para criar a empresa. Com inspiração nas marcas Farm e Cajuína, as blusas, saias e vestidos da Casulo variam entre R$ 30 e R$ 87.
Afirmando que a marca não se resume ao público evangélico, Jéssica revela que o retorno está vindo rápido. Agora, junto com as sócias, ela está saindo de uma loja temporária e montando uma definitiva.
CASA DA BÍBLIA
Livraria aposta no peso da tradição
Criada em 1978, a Casa da Bíblia é referência para o público religioso. Mesmo tendo como clientes principais os evangélicos, o proprietário da empresa, José Maria Nogueira, garante que não há exclusão de outros consumidores. “Precisamos divulgar a palavra de Deus para todos os públicos, independentemente de crenças ou religiões”, diz.
Trabalhando com preços competitivos no mercado, a Casa da Bíblia oferta o livro sagrado a partir de R$ 4. Embora seja uma marca tradicional, no entanto, a empresa adota estratégias para expandir o negócio. Entre elas está o serviço online, que chega a Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba, além das dez lojas físicas localizadas em Fortaleza e na Região Metropolitana.
A articuladora do Sebrae Alice Mesquita destaca a vantagem para as companhias de as pessoas conviverem com a religião com mais naturalidade. “Até um tempo atrás, o público evangélico era ‘escondido’. Hoje, eles gostam de se mostrar e se denominar assim. Por causa disso, na hora que ele percebe haver uma empresa que o priorize, ele vai procurar essa empresa”.
Mesmo ressaltando a importância de a companhia evitar se fechar às novidades e à possibilidade de se adaptar ao mercado, Alice diz ser necessário haver um “apelo” da marca. “A empresa deve escolher e seguir um modelo de negócio para que o público se identifique com ela. Assim, a marca se torna referência, e é isso o que o publico procura”.
Serviço
Casa da Bíblia
Rua Senador Pompeu, 834, lj. 11 - Centro
www.casadabiblia.com.br
(85) 3455.7000
Casulo
Rua Júlio da Silveira, 134 - Montese
www.facebook.com/usecasulo
(85) 8870.6283
Ótica Gospel
Rua Senador Pompeu, 834, lj. 23/24 - Centro
www.oticagospel.com.br
(85) 3433.3470
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