sexta-feira, 25 de julho de 2014

DANO EXISTENCIAL. Empresa indenizará funcionária que se divorciou por trabalhar demais

Decisão emitida pelo Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul determina que a empresa indenize em R$ 20 mil ex-funcionária que se divorciou por "trabalhar demais". A mulher alega dano existencial

Andressa Bittencourt (andressabitten@opovo.com.br)

Uma ex-funcionária da empresa ALL -América Latina Logística terá que ser indenizada em R$ 20 mil por ter-se divorciado por “trabalhar demais”. O caso aconteceu no Rio Grande do Sul e a decisão foi proferida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS) na semana passada.

Entre as alegações da ex-funcionária contra a companhia estava a jornada de trabalho muito acima do permitido por lei (oito horas diárias e 44 horas semanais): ela trabalharia, conforme registrado no acórdão, “de segundas a sextas-feiras, das 8h às 21h, com uma hora de intervalo; aos sábados, das 8h às 16h, com uma hora de intervalo; três domingos por mês, das 8h às 13h”.

Por causa da constante ausência da mulher no âmbito familiar, o esposo dela teria rompido o casamento ainda durante a vigência do contrato. O TRT-RS julgou em segunda instância, confirmando a procedência do pedido de indenização por “dano existencial”, mas diminuindo o valor, arbitrado pela 6ª Vara do Trabalho de Porto Alegre, de R$ 67 mil para R$ 20 mil.

Em entrevista ao O POVO, o desembargador do TRT-RS, Marcelo Gonçalves de Oliveira, que votou com o relator no julgamento, afirmou que casos envolvendo alegações de dano existencial têm surgido com frequência nos últimos três anos, mas que o tribunal nunca havia enfrentado situação em que o dano realmente pudesse ser provado.

“O dano existencial causa prejuízo a um projeto de vida da pessoa. É um dano que altera, para sempre, algo na vida de um trabalhador. No caso em questão, o excesso de jornada acabou abalando a vida conjugal e causando o fim do casamento da reclamante”.

Perguntada sobre o assunto, a ALL informou que “os argumentos citados não condizem com a realidade e que irá recorrer da decisão”.

Dano Existencial

Ainda sem previsão expressa na lei, o dano existencial tem sido tratado basicamente pelos pesquisadores do Direito e pelas decisões dos tribunais. É um instituto que tem relação com o dano moral, mas se distingue dele.

A ofensa ocorre quando o empregador exige do funcionário tamanho esforço para trabalhar - com jornadas muito extensas e ultrapassando os limites legais -, que o impossibilita de executar outros projetos de vida, assim como de desfrutar de direitos básicos, como o descanso, o lazer e o convívio social. O dano ainda deve ser, como explica Gonçalves, “definitivo”, permanecendo seus efeitos mesmo após a cessação da conduta lesiva.

Com o impedimento de realizar atividades que lhe trarão bem-estar físico e psíquico e, por consequência, crescimento ou realização profissional, social e pessoal, o empregado tem o direito de pedir a reparação de danos. Tal prerrogativa, no entanto, surge apenas quando a lesão é objetivamente comprovada.

“Nem todo excesso de jornada gera dano existencial”, afirma Emmanuel Furtado, desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região (TRT-CE) e professor da Universidade Federal do Ceará. Ele explica que o pedido de reparação por esse tipo de dano tem caráter indenizatório, diferentemente do pagamento das horas extras, que tem natureza de verba trabalhista. Por isso, é possível um trabalhador pleitear o pagamento de todas as horas prestadas - o que é direito laboral propriamente dito - e, ao mesmo tempo, reclamar a indenização.

O dano existencial, segundo o desembargador Emmanuel Furtado, é um instituto novo, sendo construção da doutrina jurídica e da jurisprudência (decisões dos tribunais). Por não estar expresso legalmente - ou seja, não possuir dispositivos de lei que falem exclusivamente sobre o assunto -, o fundamento para as decisões que envolvam o dano existencial são embasados nos artigos que tratam dos direitos da personalidade, do dano moral e das garantias trabalhistas.

Definição
Dano existencial não é dano moral


Embora sejam classificados como “danos imateriais” e utilizem quase os mesmos fundamentos jurídicos, no entanto, o dano moral e o dano existencial não se confundem.

O dano moral tem origem no Direito Civil, podendo ser alegado quando há uma lesão genérica a um direito da personalidade (honra, integridade física ou intimidade, por exemplo), provocando sofrimento, angústia, vergonha ou dor. Já o dano existencial decorre de uma frustração na realização de outros projetos, ocasionando, por consequência, prejuízos a direitos da personalidade, assim como a perda da qualidade de vida. O dano existencial tem origem italiana e vem sendo alegado primordialmente em eventos de âmbito trabalhista.

Por serem institutos diversos, é possível pleitear indenização por dano moral e existencial conjuntamente, desde que tenham sido oriundos do mesmo fato.


O QUE DIZ A LEI

Sem previsão expressa no ordenamento jurídico brasileiro, a configuração do dano existencial é embasada nos artigos que tratam dos direitos da personalidade, do dano moral e das garantias trabalhistas:

Consolidação das Leis do Trabalho - CLT
Da jornada de trabalho
Art. 58.
A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.
Art. 59. A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho.

Código Civil
Da reparação de danos
Art. 12.
Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Constituição Federal
Dos direitos e garantias fundamentais

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...]
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; [...]
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

Das horas extras
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: [...]
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal.

Links: http://www.opovo.com.br/app/opovo/leisetributos/2014/07/25/noticiasjornalleisetributos,3287425/empresa-indenizara-funcionaria-que-se-divorciou-por-trabalhar-demais.shtml
http://www.opovo.com.br/app/opovo/leisetributos/2014/07/25/noticiasjornalleisetributos,3287428/dano-existencial-nao-e-dano-moral.shtml

sexta-feira, 18 de julho de 2014

FORD. Troller reinaugura fábrica no Ceará e apresenta novo T4

O novo Troller T4 foi apresentado em evento realizado ontem. Segundo a Ford, a ampliação e a modernização da fábrica dão fim à era de produção artesanal do veículo


Andressa Bittencourt (andressabitten@opovo.com.br)


Cid Gomes participou da reinauguração da fábrica da Troller. 
Foto: Edimar Soares 
Após um processo de ampliação e modernização, com investimento de R$ 215 milhões, a fábrica da Troller, em Horizonte, foi reinaugurada ontem. No evento, foi lançado o novo Troller T4 (preço anunciado de R$ 110.990), modelo que substitui o antigo Troller e dá fim à era artesanal de produção do veículo.

Com recursos próprios e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a fábrica passou por mudanças em todos os setores, segundo a Ford - dona da Troller. Elas vão desde a implantação de novos processos de estamparia, soldagem, pintura e montagem até a construção e reforma de instalações de apoio, como estacionamento, vestiários e restaurante para funcionários.

A ampliação da fábrica, que agora tem 21 mil m² de área construída e área total de mais de 95 mil m², vem acompanhada de uma proposta ambiciosa: dobrar a produção de veículos. A expectativa é que 2.640 seja o número de unidades produzidas anualmente com as novas instalações, em contraposição aos 1.200 veículos que são feitos hoje. A média de produção de unidades por dia de trabalho passou de sete para dez.

Rogélio Golfarb, vice-presidente da Ford na América do Sul, afirma que a decisão de ampliar a fábrica foi reflexo da necessidade de mudança do Troller. “Nós precisávamos dar um salto de tecnologia tão significativo que não adiantava só inovar o produto, e sim toda a estrutura de produção”.

Na linha de montagem, foram instalados novos dispositivos, ferramentas e um novo sistema eletrônico para aperto e torque de parafusos. Além disso, a fábrica passou a contar com um processo de testes e validação de todo o conteúdo eletrônico dos veículos. A soldagem por robôs e a estampagem de peças por compressão a quente estão entre os novos sistemas adotados na manufatura.

Perguntado sobre os próximos passos da marca, Rogélio se limitou a dizer que há planos, mas que não serão relevados agora. O vice-presidente diz que a empresa está “diferente”. “Hoje temos sofisticação de ‘primeiro mundo’ sem perder as raízes nacionais”.

O lançamento do novo Troller T4 contou com a presença do governador do Ceará, Cid Gomes (Pros), do prefeito de Horizonte, Manoel Gomes de Farias (PSDB), do senador Inácio Arruda (PCdoB), além de jornalistas e convidados.

O governador disse estar contente com as inovações trazidas pela Troller, afirmando ter acompanhado a história da marca desde a idealização do primeiro veículo, ainda na década de 1990. Cid afirmou, ainda, que participa de trilhas off road em seus momentos de lazer. “Não há nada mais relaxante”, disse.

O novo Troller T4 está mais versátil

O vice-presidente da Ford na América do Sul, Rogélio Golfarb, explicou que uma das possibilidades de uso do novo Troller T4 é em segmentos diversos do off road, devido ao conforto e à resistência. “Ele continua sendo um veículo de nicho, mas por causa da tecnologia e da sofisticação, pode ser utilizado em outros setores, como na mineração e na área de energia, que têm instalações em terrenos complicados”, exemplificou.

As novidades do novo Troller incluem motor 3.2 turbodiesel de 200 cv, transmissão manual de seis velocidades, comando eletrônico de tração, traseiro autoblocante e freio a disco nas quatro rodas com sistema ABS e EBD. O T4 deve chegar às concessionárias em agosto.

Números

2.640 Carros serão produzidos por ano na fábrica

APRESENTAÇÃO

Carro e fábrica

1) O Novo Troller T4 foi apresentado ontem, na fábrica de Horizonte, a jornalistas e convidados 2) O governador Cid Gomes conferiu espaço e interno do carro e diz que pratica off road 3) Após as mudanças, a planta produzirá 2.640 carros por ano - ante os 1.200 produzidos anteriormente 4) A Ford diz que o novo Troller T4 foi pensado para atuar em diversos segmentos off road

Links: http://www.opovo.com.br/app/opovo/economia/2014/07/18/noticiasjornaleconomia,3283951/troller-reinaugura-fabrica-no-ceara-e-apresenta-novo-t4.shtml
http://www.opovo.com.br/app/opovo/economia/2014/07/18/noticiasjornaleconomia,3283952/o-novo-troller-t4-esta-mais-versatil.shtml

BRICS. Segurança na chegada dos chefes de Estado

Líderes de Governo, da África do Sul, China, Índia e Rússia desembarcaram na capital cearense na tarde de ontem. Cinegrafista chinês recebe aviso de deportação


Átila Varela (atilasantos@opovo.com.br)

Chefes de Estado de África do Sul, China, Índia e Rússia desembarcaram na tarde de ontem no aeroporto Pinto Martins para a IV Cúpula do Brics. A primeira aeronave a chegar na pista de pouso foi a do primeiro-ministro indiano Narendra Mondi, às 13h30 min. Contudo, a autorização de desembarque se deu somente após a chegada do voo do presidente sul-africano Jacob Zuma, que aconteceu às 13h45min, por questões protocolares.

Às 14h foi a vez de o presidente chinês Xi Jinping pisar em solo cearense. Eles foram recepcionados por representantes do Itamaraty. Já a delegação de ministros e empresários da Rússia chegou às 16h em Fortaleza.

O presidente Vladimir Putin desembarcou às 17h30min, no pátio de cargas do aeroporto Pinto Martins. As delegações de África do Sul e Rússia não autorizaram imagens.

O POVO acompanhou a recepção do primeiro-ministro indiano até o hotel Seara Praia, localizado na avenida Beira Mar. Cerca de 25 homens do Exército e 15 policiais militares fizeram a segurança durante a chegada de Narendra Modi.

Segurança

No total, O POVO avistou seis seguranças do Itamaraty na parte interna do aeroporto. Era possível observar o trânsito de alguns representantes chineses, russos e sul-africanos no saguão do equipamento. Mas os chefes de Estado desembarcaram rumo aos automóveis postados ao lado das aeronaves.

Os comboios das delegações saíram pela Base Aérea de Fortaleza. Na área reservada à imprensa (somente imagens foram autorizadas na pista de pouso), seguranças indianos inspecionavam as câmeras dos fotógrafos.

Um cinegrafista chinês atravessou à área de segurança determinada pelo Itamaraty, correndo em direção aos veículos oficiais da delegação chinesa. Ele foi contido por policiais federais. Recebeu uma advertência de descredenciamento e recebeu ameaça de deportação pelo Itamaraty.

O POVO questionou jornalistas chineses sobre a expectativa do evento, mas destacaram que não se sentiam seguros para dialogar.(Colaboraram Sara Maia e Andressa Bittencourt, Especial para O POVO)

Link: http://www.opovo.com.br/app/economia/brics/2014/2014/07/15/notbrics2014,3282354/seguranca-na-chegada.shtml

ITAMARATY. Banco dos Brics será "espelho" do FMI

Brasil foi o único do grupo a abrir mão da sede do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conforme embaixador

Andressa Bittencourt (andressabitten@opovo.com.br)


O Arranjo Contingente de Reservas (CRA) e o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) dos Brics - grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - serão “espelho” do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, foi o que explicou o subsecretário-geral político II do Ministério das Relações Exteriores, embaixador José Alfredo Graça Lima. As instituições nascerão em Fortaleza, que sediará a VI Cúpula dos Brics nos dias 14 e 15.

Em entrevista coletiva na tarde de ontem no Rio de Janeiro, com transmissão pela internet, Graça Lima afirmou que o Brasil foi o único do grupo a não manifestar interesse em sediar o NBD. “O Brasil foi o único que não apresentou uma proposta de sede”. A presidência da instituição será rotativa.

Xangai (China), Moscou (Rússia), Joanesburgo (África do Sul) e Nova Deli (Índia) são as candidatas a sediar o NBD. “É possível que a decisão sobre a sede seja tomada pelos líderes do Brics no dia 15, se não for objeto de consenso pelos ministros no dia 14”. A aposta, segundo Lima, é a de que Xangai seja a escolhida.

Apesar de afirmar que o CRA e o NBD funcionarão como o FMI e o Banco Mundial, Graça diz que as instituições não serão concorrentes e que trabalharão de forma suplementar. “Os países do Brics têm propostas de reformas que não podem ser atendidas, especialmente pelo FMI. De certa maneira, a criação do arranjo contingente de reservas e do banco atende a essas necessidades”.

Quanto ao CRA, ele ressaltou que funcionará como uma linha de defesa adicional para os países com dificuldades no Balanço de Pagamentos. “(O Arranjo) é reflexo do progresso dos países de acumular reservas, de crescer, a ponto de poder trabalhar para ajudar a si próprios e aos demais”.

China será a maior

O Banco terá capital inicial de US$ 50 bilhões, sendo US$ 10 bilhões em recursos e US$ 40 bilhões em garantias. Depois da assinatura do acordo para sua criação, o banco terá que ser aprovado pelos Parlamentos dos cinco países. O fundo terá capital inicial de US$ 100 bilhões. A China entrará com US$ 41 bilhões; o Brasil, a Rússia e Índia com US$ 18 bilhões cada; e a África do Sul com US$ 5 bilhões. 

Quanto à participação no Banco de países em desenvolvimento que não façam parte do Brics, existe a expectativa de que isso possa acontecer, mas sem critérios definidos e sem data para deliberação.

Segundo Lima, os dois instrumentos econômico-financeiros são os “resultados esperados e mais visíveis” do evento. “Estão sendo negociados há algum tempo. Amadurecemos o suficiente para que seja objeto de decisão no encontro de Fortaleza”.

Com a afirmação de que o agrupamento “serve para os países integrantes se conhecerem melhor e aprofundarem o exame de suas potencialidades”, o embaixador destacou a temática principal do encontro: inclusão social e desenvolvimento sustentável.

Análise

“O Governo da China foi o que mais se apresentou como interessado. E não foi só o Brasil que demonstrou desinteresse em sediar o possível banco”, afirmou Bosco Monte, presidente do Instituto Brasil África. 

A sede da instituição não importa, diz Chico Marcelo, mestre e professor de Economia do Caen-UFC e da Unifor. “O que importa é o poder econômico. A cota que o país entra para a construção do fundo”.

Para ambos, ainda é incerto se a instituição vai virar realidade. “Eu acho, por exemplo, que esse banco não sai. São países que estão em situações muito divergentes”, avalia Marcelo. (colaboraram Yara Peres, especial para O POVO, e Beatriz Cavalcante)

Link: http://tablet.opovo.com.br/app/opovo/canais/economia/2014/07/09/4722814/banco-dos-brics-sera-espelho-do-fmi.shtml

sábado, 5 de julho de 2014

CSP. Trabalhadores voltam às atividades na segunda-feira

Sintepav aguarda que salários e cestas básicas sejam liberados já na segunda-feira, sob risco de nova paralisação. Empresas terão ainda 30 dias para negociar questões pendentes

Andressa Bittencourt (andressabitten@opovo.com.br)
Átila Varela (atilavarela@opovo.com.br)

Trabalhadores da CSP durante assembleia no Pecém: paralisação termina
após quase um mês. Foto: Evilázio Bezerra
Após quase um mês de paralisação, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem em Geral no Estado do Ceará (Sintepav-CE) deliberou ontem pela volta das atividades dos empregados da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP).

Segundo o presidente do sindicato, Raimundo Nonato Gomes, os trabalhadores voltam ao canteiro de obras na próxima segunda-feira. A data é aguardada pelos trabalhadores, que esperam a liberação dos salários e entrega das cestas básicas. Caso as reivindicações são sejam atendidas, há risco de nova paralisação.

Raimundo Nonato se reuniu na última quarta-feira, 2, com representantes da Vale, uma das empresas responsáveis pela obra da CSP, para tratar sobre a morosidade das negociações com a Posco Engenharia & Construção do Brasil. “Infelizmente, com a Posco não há diálogo, então recorremos à Vale”, afirmou.

Segundo ele, a Vale tenta tomar uma posição mais ativa quanto às negociações, porém não possui poder de decisão por razões contratuais. “O impasse é grande. A Vale quer assumir a administração da obra, mas não tem poder para decidir nada”, disse.

Além da volta às atividades, as duas empresas terão 30 dias para negociar as questões ainda pendentes do acordo, entre elas a equiparação salarial, plano de saúde para dependentes, melhorias das condições de trabalho no canteiro de obras e pagamento de horas “in itinere”. A Posco informa que não foi notificada sobre qualquer acordo entre o Sintepav e a Vale. Reforçou ainda que “apresentou diversas propostas de negociação, ignoradas pelo Sintepav”.

Assembleia

De acordo com o coordenador de fiscalização do Sintepav, Archimedes Fortes, para assembleia de ontem, foi disponibilizada 50% da frota de ônibus que levou os trabalhadores até o canteiro de obras. No total, a reunião contou com 4 mil pessoas.

Os ônibus haviam sido suspensos, na última segunda-feira, o que acarretou a ausência da maioria dos trabalhadores na assembleia Dos quase 8 mil integrantes do movimento, 600 compareceram. Em nota, o sindicato lamentou a posição das empresas quanto ao não fornecimento do transporte. “Isso mostra que a Posco está jogando pesado contra os trabalhadores”, disparou.

terça-feira, 1 de julho de 2014

SERVIÇO. Cuidados para evitar poeira no interior do carro

A limpeza de estofados e carpetes evita a proliferação de fungos, ácaros e insetos, além de evitar alergias em quem utiliza o veículo

Andressa Bittencourt (andressabitten@opovo.com.br)


Bancos de couro são mais fáceis para limpar a poeira. 
Foto: Shutterstock

Lavar o carro, cuidar da pintura e trocar os pneus são ações básicas de quem quer dar ao veículo a aparência de carro novo. A manutenção do automóvel, no entanto, não pode se restringir à parte externa. Bancos, teto e tapetes também exigem cuidados para prolongar a vida útil dos materiais.

O simples ato de abrir as portas ou os vidros do veículo já é o bastante para que uma nuvem de impurezas adentre o automóvel, trazendo, inclusive, fungos e ácaros que se depositam no interior do carro. “O acúmulo de poeira é algo inevitável”, afirma o sócio da Safe Clean, Elano Malaquias, ressaltando, por causa disso, a necessidade de o proprietário do veículo tomar as medidas adequadas para combater as consequências do acúmulo de sujeira, como alergias, proliferação de insetos, manchas nos materiais e maus odores.


Evitar andar com os vidros abertos em locais onde há muita poeira, retirar areia e outros resíduos dos tapetes e manter os filtros de ar-condicionado limpos são algumas dicas que o sócio da Garagem 79, Maclaudio Pinheiro, dá para diminuir a entrada de impurezas no carro. As ações preventivas, entretanto, devem estar aliadas às protetivas: limpeza doméstica e higienização profunda do veículo.

Na garagem de casa, é necessário que o proprietário faça uma aspiração semanal, evitando a aderência de resíduos no interior do carro. Elano Malaquias alerta, porém, que a limpeza doméstica não deve ser feita isoladamente. “Ela apenas mantém a limpeza feita por um profissional”, diz. A cada quatro ou seis meses, dependendo da forma como o automóvel é utilizado, é importante que haja, então, a higienização realizada por um especialista, que lançará mão dos produtos e procedimentos adequados para o que o carro necessita.

Quando fungos trazidos pela poeira penetram nos bancos de tecido, por exemplo, causando manchas e até alergias, o ideal é a retirada do material para uma lavagem completa, como explica o supervisor da AC Rodrigues, Michael Rodrigues. Bancos de couro, por outro lado, demandam cuidados diversos: a limpeza, diferentemente dos outros materiais, deve vir acompanhada da “hidratação”, procedimento que evita o aparecimento de rachaduras e estrias no couro.

A higienização - processo de limpeza que utiliza produtos específicos para o material a ser limpo, retirando impurezas e eliminando fungos e ácaros - custa entre R$ 140 e R$ 350. Já a limpeza avulsa do filtro de ar-condicionado gira em torno de R$ 70.


SEM PÓ ALGUM

1. Semanalmente, retirar do veículo, com aspiração interna, os resíduos que se acumulam com o uso diário, como poeira, areia e restos de alimentos.

2. Além da aspiração, produtos específicos para o material a ser limpo também podem ser utilizados. Panos úmidos devem ser evitados.

3. A cada seis meses, levar o automóvel para uma higienização completa feita por um profissional.

4. Limpar e trocar periodicamente os filtros de ar-condicionado. Quando estão sujos, os filtros não retêm adequadamente a poeira que insiste em entrar no veículo, o que pode causar entupimento da tubulação e das saídas de ar.

5. A hidratação nos bancos de couro ajuda na limpeza e evita o acúmulo de poeira. O procedimento, no entanto, deve ser feito com produto específico para o material, não devendo ser utilizado hidratante de pele, que, embora dê brilho, prejudica a vida útil do couro e o torna escorregadio.

6. Com um profissional, também pode ser feita uma impermeabilização do estofado, sendo aplicado um líquido capaz de proteger o carro da sujeira e da umidade.


SAIBA MAIS 

Os bancos de tecido são mais suscetíveis de acumular poeira, diferentemente dos bancos de couro.

Quanto mais poeira adentra o automóvel, mais organismos vivos também. A retirada das impurezas evita que insetos encontrem ambiente favorável para a proliferação.

Se o carro apresentar indícios de mofo, o veículo deve ser levado imediatamente a um especialista para que seja retirado de forma adequada. Assim como uma doença de pele, o mofo pode deixar “cicatrizes” nos materiais aos quais adere caso não seja tratado.

As impurezas que se acumulam nos bancos podem causar o desgaste do material, podendo até mesmo chegar a rasgar os bancos.



Serviço
AC Rodrigues

Tel.: (85) 3278 8820

Garagem 79
Tel.: (85) 3032 3079

Safe Clean

Tel.: (85) 4141 0773

Link: www.opovo.com.br/app/opovo/veiculos/2014/07/01/noticiasjornalveiculos,3275279/cuidados-para-evitar-poeira-no-interior-do-carro.shtml