quarta-feira, 30 de abril de 2014

PERSONAGENS DA CIDADE. Meu carro, minha renda

Profissionais deixam as carreiras que iniciaram para atuar no ramo de alimentos. O carro é um parceiro

Andressa Bittencourt (andressabitten@opovo.com.br)

Antônio Almeida deixou o ramo de técnico em segurança do trabalho para 
vender cachorro-quente na traseira de um Gol 2006. Foto: Camila de Almeida
De segunda a sexta-feira, lanches. Aos sábados e domingos, passeios. Maria Jocélia Marques, 47, atribui à Kombi ano 1999 funções diversas, mas garante que o veículo serve bem ao trabalho e à vida pessoal.


Há um ano, a autônoma fez um investimento de cerca de R$ 12 mil, incluindo a compra do carro e o equipamento para a elaboração dos lanches. O automóvel também é a locomoção própria e de grupos de pessoas aos fins de semana. “Escolhi uma Kombi em função do tamanho e da facilidade de deslocamento dos produtos. Sempre que posso, viajo com a família para a Praia da Caponga (Litoral Leste) ou outros lugares”, conta.

Antes de trabalhar com o veículo, Maria Jocélia já teve experiência com o comércio alimentício. Ela afirma que a Kombi favorece a venda, já que não ocupa o espaço da calçada, como ocorre com algumas barraquinhas.

O espaço do automóvel também é vantajoso: durante a semana, com os assentos desmontados, cabem a chapa onde são feitos os sanduíches e os alimentos, e, aos sábados e domingos, os bancos são postos de volta para a acomodação de pessoas. “Não fiz mudanças fixas no carro para poder utilizá-lo de outras formas”, afirma a autônoma.

Pausa do lanche

O bagageiro levantado do Gol ano 2006 releva a quem passa a especialidade de Antônio Almeida, 33: o cachorro-quente. Na porta de uma instituição de ensino superior, o técnico em segurança do trabalho enfrenta o movimento dos estudantes das 6h30min às 10h.

A antiga profissão ele deixou de lado. Resolveu “fazer o que gosta” e investir no ramo de alimentos. Fez um investimento de cerca de R$ 600 para a adaptação da traseira do carro e esse se tornou seu ganha-pão. “Com o meu trabalho e o da minha esposa, conseguimos sustentar a família tranquilamente”.

O desejo de abrir um negócio próprio se concretizou há um ano e meio. De lá para cá, a rotina de Almeida – como é conhecido pela clientela –, começa às 4h30min, quando monta os hot dogs, e termina às 20h30min, após o “expediente” noturno em outro ponto.

Segundo ele, o atual desafio é lidar com a concorrência. “Quando cheguei no ‘ponto’ da manhã, havia dois outros carros. Hoje, já são cinco”. Apesar disso, Almeida não pensa em desistir. Os planos são aumentar a variedade dos lanches.

Contra a depressão

Rosangela dos Santos Freire, 57, resolveu abandonar a tristeza e seguir o conselho da filha: trabalhar. Um ano atrás, ela não estava exercendo a profissão de pedagoga e se encontrava com depressão. Quando a “necessidade” e a oportunidade surgiram, Rosangela resolveu mudar de vida.

Junto com o marido Antônio Ariovaldo Freire, 59, iniciaram o planejamento do novo trabalho. Abriram espaço no porta-malas do Renault Duster 2013 para a organização do cardápio: salgados, sucos, sanduíches, bolos, tapiocas, refrigerantes. O sustento da família vem do rendimento das vendas de lanche e da aposentadoria do esposo.

Rosangela conta que, no início, houve certo receio em trabalhar no ramo, mas hoje afirma estar realizada. “Sempre vivemos bem, e trabalhar com isso, nesse momento, foi muito bom para mim. Percebi que todo trabalho é digno”, diz.

O modelo do carro chama a atenção, mas o atrativo de clientes está nas novidades. “Quando chegamos aqui, trouxemos minipizza, que era um produto diferente”, afirma a pedagoga. A combinação de um sanduíche com um copo de suco não passa de R$ 2,50. “O que ganho é suficiente para o sustento da família, inclusive de um filho que estuda na China, além de poder ajudar a minha filha, que já é casada”. (Andressa Bittencourt, especial para O POVO)

domingo, 20 de abril de 2014

Os poderes do coaching

Processo de autoconhecimento e aceleração de resultados promete melhorar a forma de alcançar objetivos

Andressa Bittencourt (andressabitten@opovo.com.br)


Profissionais liberais e empresas têm investido em cursos de coaching
para, por meio do autoconhecimento, acelerar resultados. Foto: Divulgação

A médica Domitilha Maria Coelho nunca havia ouvido falar do termo “coaching” (do inglês “coach”, treinador) antes de conversar com colegas que participaram de seminários sobre o assunto. Resolveu fazer um curso e se surpreendeu com os resultados. “As pessoas estão notando que eu estou diferente. O coaching me fez mudar a forma de pensar, a gente presta mais atenção nos relacionamentos com as pessoas”.

O coaching é um processo de autoconhecimento, desenvolvimento de objetivos e aceleração de resultados. Segundo Marcos Tito, sócio-diretor da MT Coaching, a ferramenta pode ser utilizada individualmente ou dentro das empresas. “Há um acordo entre o coach (especialista) e o coachee (cliente) sobre o que este quer realizar e construir a longo e médio prazo até o fim do processo”.

Autogestão, finanças pessoais, carreira e negócios são alguns dos aspectos trabalhados pelo coaching. O treinamento pode durar em média 6 meses, em um ciclo que varia entre 10 e 12 sessões, além de poder ser feito em seminários de 10h. O advogado Cláudio Albuquerque participou de um ciclo de coaching integral sistêmico durante um fim de semana e afirma ter valido a pena o investimento: “Descobri coisas sobre mim mesmo, meus potenciais. Aprendi a traçar objetivos e saí mais confiante”.

No Ceará, a procura pelo coaching tem aumentado, como explica Marcos Tito: “Fizemos parcerias com o Instituto Brasileiro de Coaching devido ao aquecimento do mercado. Aqui tem uma cena tem muito forte de pessoas interessadas em fazer cursos de coaching ou se tornarem coachs”.

Não é autoajuda

A presidente do Instituto de Inteligência Emocional do Brasil, Valéria Abreu, explica que o coaching não se confunde com a autoajuda, que é o processo de desenvolvimento pessoal a partir do exemplo do outro. “Não se trata tampouco de terapia.

O trabalho do coach é feito com metodologia científica, com base em princípios da neurociência, psicologia positiva e inteligência emocional. A pessoa é capacitada a perceber a sua personalidade e o seu comportamento, tendo poder real sobre si, a fim de alcançar resultados mais próximos ao que deseja”.

Segundo a master coach, devido à vinda tardia do coaching para o Norte e o Nordeste do País, houve uma abordagem diferente do processo no início de sua propagação. Enquanto no Sul e no Sudeste, o coaching se difundiu mais profundamente dentro das empresas, aqui houve uma “confusão de conceitos”, tendo sido a ferramenta utilizada de forma mais “emocional”.

“O coaching era mal visto aqui, pois muitos profissionais misturavam o processo com a autoajuda, de modo irresponsável. Dessa forma, os objetivos não eram alcançados e as pessoas chegavam a pensar que os profissionais do coach só queriam ganhar dinheiro”, diz.

Embora atualmente o cenário seja outro, Valéria mantém a ressalva de que o coaching deve ser feito com profissionais conceituados. “O coaching não faz milagres. É um trabalho sério de autoconhecimento a partir da autogestão”.

Mercado cearense tende a uma ampliação do
coaching corporativo. Foto: Divulgação
GESTÃO
Empresas cearenses aumentam investimento


De acordo com Valéria Abreu, no mercado cearense há uma tendência à ampliação do coaching corporativo. “A proposta é intervir no ambiente de trabalho a partir de si mesmo. Os grandes grupos procuram usar a ferramenta como apoio no desenvolvimento de líderes”.

A empresa Lima Transportes realizou um programa de coaching para os gerentes e diretores. “Conseguimos lideranças mais envolvidas, com mais foco no trabalho, conhecendo suas limitações e definindo planos de atuação”, explica a gerente de RH Fabíola Cardoso Xavier. Com foco na gestão corporativa, a companhia pretende implantar programas de coaching individuais, a fim de desenvolver competências específicas dos empregados.

O grupo BSPAR está com processo de coaching em andamento, com a participação de cerca de 20 funcionários. “Percebemos a necessidade de desenvolvimento e potencialização de competências, para elevar a performance dos nossos líderes”, diz Verônica Ramos, gerente de Desenvolvimento de Talentos
do Grupo.

Ela afirma que a expectativa é de que, ao final do curso, habilidades de liderança, relações interpessoais e resultados práticos para a organização sejam alcançados.

Segundo Marcos Tito, nos encontros de coaching em grupo, são trabalhados aspectos e temas corporativos, fazendo com que as empresas se apoderem de ferramentas e apliquem-nas internamente, visando à alta performance no trabalho.(AB)


DICIONÁRIO


Autoajuda:
Desenvolvimento do “eu” a partir do exemplo do “outro”.

Coaching: Desenvolvimento do “eu” a partir do olhar sobre si mesmo. Visa ao autoconhecimento, autogestão e alcance de metas.

Coach: É o profissional credenciado que conduz o processo de coaching, usando metodologia, conceitos e ferramentas.

Coachee: É a pessoa que utiliza o serviço do coach, o cliente que será conduzido do ponto A ao ponto B.

Fonte: Febracis e YBR Coaching



DICAS

O coaching demanda investimento. Cursos com 10 a 12 encontros custam entre R$ 2.000 e R$ 2.500. Mas quem se interessa pelo assunto e deseja conhecer mais sobre o processo pode optar por opções mais baratas.

1. Treinamentos menores, como seminários de 10h, custam em média R$ 1.000. São focados, geralmente, em liderança, gestão e autoconhecimento;

2. Comprar livros sobre coaching, aprofundando o conhecimento nas leituras;

3. Acessar vídeos gratuitos na internet. No Youtube, é possível assistir a sessões, palestras e explicações sobre o assunto.


NÚMEROS


12 encontros é a duração da maioria dos cursos de coaching

1 mil reais é o custo médio para treinamentos com 10 horas

http://www.opovo.com.br/app/opovo/vidaetrabalho/2014/04/19/noticiasjornalvidaetrabalho,3238880/empresas-cearenses-aumentam-investimento.shtml

quinta-feira, 17 de abril de 2014

OVOS DE PÁSCOA. Lojas especializadas oferecem diversidade de produtos

Andressa Bittencourt (andressabitten@opovo.com.br)

A loja L'Atelier du Chotolat faz ovos
por encomenda. Foto: Divulgação
A variedade é grande, mas há quem dispense a compra nos supermercados em detrimento de marcas mais sofisticadas. A médica Elaine Pedrosa costuma presentear amigos e familiares com chocolates da marca Kopenhagen. “Muitas vezes custam o mesmo preço de marcas populares, mas têm qualidade superior”, diz.

Além de novidades com os sabores tiramissù e crème brûlée (350g a R$79,00 cada), a loja oferece cestas com diversos itens que chegam a custar mais de R$ 500. A Cesta Especial de Páscoa é ofertada a R$ 438,60, enquanto a Premium vale R$ 593,70.

Para quem procura presentear com preço mais em conta, a loja Cacau Show tem kits que variam de R$ 38,40 (cesta com 10 itens) até R$190,90 (17 itens). O ovo Clássico Trufa (350g) é oferecido a R$ 29,90.

Empresas especializadas em chocolate estão otimistas com a demanda deste ano. Bruna Luiza de Oliveira e Santos, chef de cozinha do L’Atelier du Chocolat, afirma que os pedidos tem movimentado a produção desde janeiro. “Esse ano a procura por ovos está mais intensa”. A marca, direcionada à confecção de chocolates por encomenda, oferece ovos de R$ 4 a R$ 65.



Entre as novidades da Sucrée Patisserie está o
Ovo de Farofa (350g, R$72). Foto: Edimar Soares
A Sucrée Patisserie também traz novidades para o mercado de doces. O ovo de páscoa “regional”, feito com farinha d’água, castanhas caramelizadas e chocolate belga é o destaque deste ano, custando R$ 72 (350g). “Outra inovação são os chocolates diet e sem lactose”, diz a chef Lia Quinderé. (Andressa Bittencourt, especial para O POVO)



sexta-feira, 11 de abril de 2014

TOP OF MIND. Pesquisa aponta as marcas mais lembradas pelo cearense

Nona edição traz marcas de produtos e serviços que estão na cabeça dos consumidores. O POVO, Coca-Cola e Oi são algumas delas

Andressa Bittencourt (andressabitten@opovo.com.br)


Coca-Cola, Ypióca, Pague Menos, Iguatemi, Oi. Essas são as marcas mais lembradas pelos cearenses segundo a edição 2014 da pesquisa Anuário-Datafolha Top of Mind. Os resultados do levantamento foram revelados ontem no lançamento do Anuário do Ceará.

“Qual a primeira marca que vem à sua cabeça quando se fala em...?” foi a pergunta feita a 602 residentes em Fortaleza, com 16 anos ou mais, acerca de 31 segmentos de produtos e serviços. A Top of Mind está na sua 9ª edição, tendo sido precedida pela pesquisa Marcas do Ceará, também feita pelo Instituto Datafolha, sob encomenda do Anuário do Ceará, e publicada em 2002 e 2004.

“A importância (da Top of Mind) é levantar as marcas que estão na cabeça e no coração dos pesquisados. É óbvio que os resultados apontam o sucesso das marcas e das empresas. Daí o grande interesse por eles”disse Fábio Campos, editor-geral do Anuário do Ceará.

Pelo 9° ano consecutivo, a Coca-Cola ocupa o posto “Top do Top”, sendo este ano, junto com a Omo, a marca mais lembrada entre todos os segmentos.

“Este resultado tem uma importância imensurável, pois coroa os investimentos crescentes que temos feito no mercado, o que demonstra que estamos no caminho certo”, afirma Bernardo Legey, vice-presidente Comercial da Solar Coca-Cola, engarrafadora do refrigerante no Nordeste.

Na categoria Comunicação, o jornal O POVO ocupou mais uma vez o primeiro lugar, com 58,2% de recall, cinco pontos percentuais a mais que na edição anterior.

O diretor geral do Instituto Datafolha, Mauro Paulino, explicou que todo o processo de avaliação passa primeiro pela lembrança do consumidor. “Esse é o conceito básico de marketing. Um crescimento na Top of Mind significa um resultado de sucesso”, diz.

Para a professora do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade Federal do Ceará, Sílvia Belmino, a pesquisa impulsiona a melhoria das estratégias comunicacionais das empresas.


domingo, 6 de abril de 2014

AEROPORTO. Obra irá ampliar número de vagas no estacionamento

Plano de reforma prevê aumento de 589 vagas, o que deixará o local com capacidade para 1.437 carros. Obra tem previsão de início no segundo semestre

Andressa Bittencourt (andressabitten@opovo.com.br)


Estacionamento do aeroporto Pinto Martins ficará com mais de mil 
vagas para carro até o fim do segundo semestre. Foto: Tatiana Fortes
As obras para ampliação do estacionamento do aeroporto Pinto Martins terão início no segundo semestre deste ano. A confirmação foi dada pela Infraero ( Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) que administra o aeroporto.

Segundo a Infraero, haverá a ampliação para mais 589 vagas. Com a modificação, o estacionamento terá capacidade para abrigar 1.437 carros, em uma área de cerca de 36.000 m². O estacionamento para motos permanece o mesmo, com 78 vagas reservadas.

A implantação das mudanças deveria ter ocorrido no início deste ano, de acordo com Termo de Referência do edital de concessão para o uso da área. O atraso, no entanto, não acarretou prejuízos para a Master Park, empresa responsável pela administração do estacionamento.

A Infraero aguarda, no momento, a realização de alterações no plano para posterior liberação e início das obras. Segundo comunicado da empresa pública, há também um conjunto de ações a serem implantadas no local para o melhor aproveitamento do espaço, como o remanejamento dos veículos de locadoras. Com isso, cerca de 300 vagas, dentre as já existentes, poderão ser usufruídas por usuários comuns.

Procurada para dar mais detalhes sobre o projeto, a Master Park não atendeu as ligações do O POVO até o fechamento da matéria.

Mudanças

Ainda estão previstas outras mudanças para o aeroporto Pinto Martins. A Infraero informou que, em breve, serão inaugurados dois novos quiosques de alimentação, um na praça de alimentação e outro próximo à parada de ônibus.

A nova sala de embarques receberá ainda cafeteria, livraria, quiosque de sorvete, choperia, máquinas de venda de produtos e cadeiras de massagem express. As negociações serão feitas por meio de contratos eventuais, e só posteriormente serão abertas as licitações para concessão a longo prazo dessas áreas.


NÚMEROS

848 
é o número de vagas existentes hoje. Com ampliação passará a 1.437


Saiba mais

Na última sexta-feira (28), teve início a tarifação sobre o estacionamento de motos do Aeroporto Internacional Pinto Martins. Os valores cobrados são os mesmos para os demais veículos: R$ 5 a hora e R$ 120 a mensalidade.

A medida não foi bem recepcionada pelos motociclistas , que utilizavam o espaço gratuitamente, ocasionando a feitura de abaixo-assinado ao Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Decon-CE) contra a Master Park.


O órgão entrou com processo administrativo, que está em fase de análise. Após a notificação, a empresa tem 10 dias para apresentar defesa. Se for constatada prática abusiva quanto à cobrança do valor, o Decon pode aplicar multa administrativa contra a concessionária.